Ao que parece, a bagunça política instalada no município de Jaguarari está longe de acabar e acaba de ganhar mais um capítulo. Três dias após o blogueiro e apresentador da Rádio Comunitária Top FM Carlos Roberto denunciar de que estaria sendo vítima de perseguição por parte da família do prefeito Antônio Nascimento (PT) e que teria provas de favorecimento ao atual gestor durante o processo eleitoral de 2020, foi aberto um Processo Administrativo Disciplinar – PAD, para apurar irregularidades e cassar os efeitos do concurso público onde o comunicador foi aprovado há mais de 10 anos para o cargo de Agente de Combate as Endemias.

Para entender melhor a história, é preciso voltar até o dia 28 de junho, inicio do litígio entre gestão e comunicador. Neste fatídico dia, o comunicador revelou prints de conversa de uma rede social, onde o presidente do diretório do Partido dos Trabalhadores, de Jaguarari, Yon Fontes elogiou e confirmou que a filha mais velha do prefeito, Raquel Nascimento, seria a responsável pela programação e organização dos festejos juninos daquele município, e não a secretária de cultura, Fátima Melo.

Tal informação veiculada no programa jornalístico da Rádio Comunitária Top FM e depois publicado pelo Blog Jaguararionline, despertou a ira imediata da família Nascimento que no mesmo dia acionou a chefia do setor onde o comunicador é lotado para levantar possível ausência às suas funções laborais. Esse teria sido o estopim para a ruptura total e definitiva entre a gestão e o comunicador, aliados até pouco tempo atrás.

Além de ter exposto o envolvimento confirmado da filha do chefe do executivo com as contratações juninas, outro ponto que corrobora com a tentativa de coação do blogueiro por parte da gestão petista, foi as suas declarações no programa jornalístico no dia 4 de julho onde o radialista afirma possuir provas de suposto favorecimento ao atual prefeito durante a campanha eleitoral do ano de 2020.

E o clima que já não era bom, azedou de vez e nesta terça-feira (11) foi publicada no Diário Oficial do Município a Portaria nº 284/2023, instaurando o Processo Administrativo Disciplinar, para apurar possíveis irregularidades, entre elas abandono de trabalho por parte do servidor. A comissão formada pelo chefe do gabinete, Erasmo Morgado e pelo presidente do Conselho Municipal de Saúde, Regivaldo Silva, irá investigar os supostos atos irregulares, tendo 30 dias para analisar e constatar se realmente Carlos Roberto exercia suas atividades ou não.

Uma coisa temos que concordar, é estranho que somente agora após o comunicador expor o envolvimento da filha do prefeito com a realização dos festejos juninos e o suposto crime eleitoral, tenham notado que o servidor não possuía frequência no seu setor de trabalho. E mais estranho é que ninguém percebia isso, nem mesmo os colegas de setor. Mais estranho ainda é a coincidência da gestão municipal abrir processo administrativo contra o servidor após ele fazer essas graves denúncias que também podem eventualmente cassar o mandato do prefeito e vice na Ação de Investigação Judicial Eleitoral – AIJE movido pela Coligação (Jaguarari nas Mãos do Povo) do ex-prefeito de Jaguarari Everton Rocha.

Será se a Justiça Eleitoral e Ministério Público estão acompanhando essa história de perto? Vamos aguardar ansiosos pelo desfecho de mais uma briga política do reincidente município de Jaguarari.

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