Duas noites cheias de talentos e muita música brasileira, assim foi o Festival Nacional da Canção, edição especial Minas Gerais. Foram apresentadas 20 músicas, de forma on-line, pelo youtube e facebook do festival. A edição Minas Gerais apresentou um cenário 100% virtual, com uma tecnologia inovadora entre os festivais de música no Brasil

Com a proposta de homenagear os 300 anos de Minas Gerais, edição especial do Festival Nacional da Canção (Fenac) foi realizada em 23 e 24 de abril. Cada canção selecionada foi premiada e garantiu a classificação para o próximo Fenac presencial. Uma nova etapa acontece hoje (30).

Detalhe: A canção “Meu Rio, Êh”, parceria de Wir Caetano com o músico baiano, nascido em Senhor do Bonfim JOSÉ BATISTA DA SILVA SOBRINHO, conhecido por Zecrinha, foi uma das 20 classificadas no tradicional “Festival Nacional da Canção” (Fenac), do Sul de Minas.

A cantora Norma de Jesus foi a intérprete do trabalho, acompanhada por Dan Soares (violão e arranjo), ambos muito conhecidos na cena musical. Foram 614 inscrições na edição deste ano.

“A classificação de ‘Meu Rio, Êh’ é um bom exemplo de que, como disse recentemente a cantora paulista Mônica Salmaso, música é arte do encontro”, diz Wir Caetano. E explica: “a interpretação da Norma é lindíssima, e ficou muito bom o arranjo do Dan Soares” (integrante da banda Dandá, ao lado da mulher, Nadja Furtado, diretora-presidente da Fundação Casa de Cultura de João Monlevade).

O compositor diz que a forma como foi criada essa canção também é uma “arte do encontro”. “O Zecrinha, que mora em Salvador (BA), me enviou a música com um vocalize (canto sem palavras, só com sons vocálicos) e me pediu para fazer a letra. Respondi que não precisava letrar, porque já estava linda aquela música praiana, que fazia pensar em água”, conta ele.  Mesmo achando que a música “falava por si”, Wir Caetano fez a letra “procurando reproduzir nos finais dos versos os mesmos sons do canto original do Zecrinha”.

“Parece que o encontro de sílabas e notas nessa canção de homenagem a Oxum, orixá das águas doces, feminina, foi um casamento feliz”, avalia. Confira a canção através do link, https://youtu.be/mxIJkISb8w4

HISTÓRIA: José Batista da Silva Sobrinho, nasceu em Senhor do Bonfim, em 02/02/51. É conhecido no meio artístico, Zecrinha Batista. Influenciado pela música de raíz, cresceu ouvindo Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Trio Nordestino, Beatles, Bach, Mozart, Beethoven, Tom Jobim, Nelson Gonçalves, João Gilberto, Orlando Dias, Marinês entre outros. 

Ele conta que com a mistura “Nâo houve indigestão, houve, sim, um tremendo estalo”! Percebeu que respirava e transpirava normalmente rock, chula, xaxado, baião, xote, côco, afoxé e outros gingados. Uma mistura de sanfona, flauta, pífano, zabumbas, triângulo, pandeiro, viola, agogô.

Por isto foi despertando em si o seu senso musical. Sua primeira apresentação como instrumentista aconteceu em festival estudantil de sua cidade no ano de 1965. Ponto de partida para sua formação de diversos conjuntos de bailes.

Já como guitarrista, tocou em diversos grupos até 1973. Ganhando festivais regionais, dedicou-se a compor músicas e a se apresentar em casas noturnas de shows. Em 1974 foi morar no Rio de Janeiro e mais tarde, participou na cidade de Osasco, em São Paulo, do festival regional. Retornou a Salvador em 1976, onde radicou-se até 1982.

Depois, numa volta ao Rio de Janeiro, passou dois anos tocando nas noites cariocas. Voltou para Salvador em 1984, participando do extinto Projeto Pixinguinha, como instrumentista na banda de Alcyvando Luz, ao lado de estrelas como Elizete Cardoso, Maria Alcina, Ataulfo Alves Júnior e Moreira da Silva. Em 1993 apresentou-se com o show Bicho da Seda na programação paralela do Festival de Inverno de Ouro Preto (MG).

Na discografia inclui dois LPs (Cavaleiro Azul, em 1986; e Bicho da Seda, em 1992) e quatro CDs (Janela de Trem, em 1997, Tecendo Cantos, em 2002, Aurora Instrumental, em 2003, e Coletânea, em 2004). Nos últimos anos, produziu os CDs de vários novos intérpretes de suas músicas, a exemplo de Binha Campello (Pensando em Você), Glória da Paz (Palavras Medidas) e Vanni (À Flor da Pele).

Aconteceu que Zecrinha nasceu nordestino, lá pelo norte da Bahia, onde cresceu feito árvore de raízes profundas, abriu os olhos e a boca para o mundo e na sequência, realiza-se, feito pedra rolante, bruxo discreto, autodidata trabalhando com presteza as suas composições.

Em 2013, iniciou o seu disco intitulado “ Água Filtrada´´ com 13 faixas, composições próprias, incluindo Rosa Amarela, Maneca, Zeca de Oselina e Novela das seis.

Zecrinha também gravou os CDs, Perfil de Cantos, Aió de Bugigangas, Água Filtrada e em 2018, Ararinha Azul.

Algumas das músicas Zecrinha compôs em parceria com nomes como Nilton Freitas, Manuca Almeida, João Energia, Kaka Bahia, Cardan Dantas, Marcio Salgado, Gilberto Lima, Lúcia Prisco, Miguel Araujo, Mário Jambeiro, Neto Bala e Waldizio.

Várias das composições foram gravadas por outros cantores, exemplo, Ubiratan Ferraz, Wilson Aragão, Nilton Freitas, Claudio Barris, Renan Mendes, Débora, Glória da Paz, Binha Campello, Zeu Lobo, Vanni, Miguel Araujo, Eliude, Welligton Miranda, Cicinho de Assis, Marcus Canudos, Farias, Xisto, Clarissa Torres, entre outros.Redação redeGN Foto Arquivo

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