É comum as sociedades utilizarem as celebrações de centenários, como oportunidades para preservação e valorização da memória de personagens ou de acontecimentos históricos. Assim foram comemorados os cem anos de Vinícius de Moraes, Jorge Amado, Luiz Gonzaga, Dorival Caymmi e mais recentemente Nélson Gonçalves e Jackson do Pandeiro.

Em dezembro de 1919 acontecia em Bonfim, a visita do Senador Rui Barbosa, influente político brasileiro que marcou tanto nossa história, que até hoje a cidade é conhecida por uma alcunha sua: Terra do Bom Começo. Fato tão relevante, a ponto da data ter sido alterada para o Dia da Cultura Bonfinense. Alguns meses antes, em outubro, nascia Pedro Amorim, jogador de futebol ídolo do Bahia e Fluminense, que teve passagem pela Seleção Brasileira, e que também fez carreira na medicina. Em julho do mesmo ano, nascia Plínio Gomes Soares, um dos principais empreendedores bonfinenses. Se nos permitirmos abrir o leque temporal a dezembro de 1918, ainda temos o nascimento de Olga Campos de Menezes, grande responsável pela evolução da educação do município.

Nos últimos meses, Senhor do Bonfim teve essas importantes datas centenárias para serem festejadas, mas foram parcas, quase nulas, as manifestações da sociedade e do Poder Público. Embora o projeto “Bonfim, um museu de grandes novidades”, realizado pelo Governo Municipal, seja um marco, a relação dos bonfinenses com sua história ainda é anual, resumindo-se às comemorações do aniversário da cidade.

É preciso romper o estigma de relacionar a história como uma simples forma de saudosismo, ou o tosco pensamento de: “Quem vive de passado é museu”. Preservar, valorizar e, principalmente, compreender episódios e personagens históricos é vital para o desenvolvimento de qualquer sociedade, inclusive para a consolidação de políticas públicas nas áreas da cultura, turismo, educação, ação social, saúde, meio ambiente e economia. Afinal, como diz o adágio popular: “quem não sabe de onde veio não vai saber para onde vai”.

Por fim, enquanto a luz da sabedoria não ilumina a consciência da importância do reconhecimento e da preservação histórica, serve como alento para continuar nessa labuta, o fato que essas personas obtusas que não dão o devido valor à história de seu povo, também serão esquecidas pelo mesmo sentimento que nutrem.

Alex Barbosa, bonfinense e idealizador do projeto Minha Cidade

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