O ex-governador Jaques Wagner foi citado por executivos da Odebrecht - Foto: Marco Aurélio Martins | Ag. A TARDE
O ex-governador Jaques Wagner foi citado por executivos da Odebrecht
Marco Aurélio Martins | Ag. A TARDE

O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico do governo estadual, Jaques Wagner (PT), teria recebido US$ 12 milhões em vantagens indevidas, de acordo com a delação de seis executivos da Odebrecht. O ex-governador da Bahia foi citado pelo ex-presidente da empreiteira Marcelo Bahia Odebrecht e por Carlos José Fadigas de Souza Filho, Cláudio Melo Filho, Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho, André Vital Pessoa de Melo e Benedicto Barbosa da Silva Júnior.

A informação consta na petição assinada pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), que foi encaminhada para instâncias inferiores ao STF. Como Wagner – que também já foi ministro dos governos de Dilma Rousseff (2015/ 2016) e Luiz Inácio Lula da Silva (2013/ 2014 e 2005/ 2006) – não tem foro privilegiado, caberá à Procuradoria da República na Bahia avaliar se abre processo contra o petista.

Contudo, Fachin decidiu retirar o sigilo das citações referentes a Wagner na delação dos executivos da Odebrecht, divulgando parte do conteúdo na petição divulgada nesta terça, 11.

Eleição

De acordo com o Ministério Público, os US$ 12 milhões foram uma contribuição para a campanha eleitoral de Wagner. “Tais pagamentos teriam sido motivados pela concessão de benefícios fiscais associados ao ICMS que teriam favorecido o grupo Odebrecht”, afirma Fachin, na petição com base nas delações.

O teor dos depoimentos ainda aponta que o petista teria recebido um relógio no valor de US$ 20 mil em 2010, fato que já tinha sido divulgado em dezembro de 2016. Na ocasião, o petista alegou que o relógio foi um presente de aniversário e que não tinha relação com política.

Os delatores também alegam que pagaram R$ 10 milhões para o ex-governador da Bahia nas eleições de 2014. Esse pagamento estaria relacionado à dívida da Companhia de Engenharia Hídrica e de Saneamento da Bahia (CERB).

Wagner ainda não se pronunciou sobre a citação do seu nome na lista de Fachin. A assessoria da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico (SDE) informou que o gestor da pasta ainda não decidiu se vai se manifestar, mas cumpre normalmente a agenda de trabalho nesta quarta.

 

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