VEJA teve acesso ao documento do partido do vice-presidente Michel Temer, que será apresentado na próxima semana e fala sobre suas metas sociais.

O vice-presidente Michel Temer
Programa ainda pode sofrer pequenas alterações até a divulgação oficial na próxima semana(Heitor Feitosa/VEJA.com)
O PMDB, partido do vice-presidente Michel Temer, já tem pronto o seu programa de governo. Depois de divulgar em novembro um manifesto econômico liberal, Uma Ponte Para o Futuro, o partido vai apresentar oficialmente na próxima semana um novo documento, intitulado A Travessia Social, com suas metas sociais. VEJA teve acesso ao texto, que ainda pode sofrer pequenas alterações. Um ponto se destaca: ao contrário do programa anterior, mais genérico, o PMDB agora fala claramente no que vai fazer ou lançar. É a fala de quem já se vê no poder.

Clique e confira, na íntegra, o programa de governo do PMDB

O programa, em seu início, anuncia: “O primeiro dever do governante é falar sempre a verdade. E reconhecer e compreender os problemas com que têm de lidar.”

O documento então traça os principais compromissos que Temer terá com a população. No que diz respeito à crise enfrentada pelo país, ele informa: “Estamos diante de dois círculos viciosos que precisam ser rompidos. O primeiro diz respeito ao crescimento econômico e ao equilíbrio fiscal. O outro círculo vicioso é mais complexo, com três elementos: nível de atividade econômica, situação fiscal e políticas sociais. Fala ainda de “objetivos sagrados” a serem estabelecidos. A saber: “Preservar o bem-estar dos 40% mais pobres e, adicionalmente, elevar o padrão de vida dos 5% mais pobres – 10 milhões de pessoas – para as quais têm sido mais desafiador promover a inclusão social e produtiva.” O documento assume compromisso explícito com a manutenção de programas que, segundo o PT, seriam descartados com a interdição de Dilma Rousseff, tais como o Bolsa Família, o Minha Casa Minha Vida e o Pronatec – que o PMDB descreve como “bem desenhados”, mas mal geridos ou tornados ineficazes pela crise econômica.

O programa dá atenção ainda à saúde. Diz que: “O Governo deve implantar um cartão de Saúde, pessoal e intransferível, atribuído a qualquer brasileiro desde o nascimento para o seu acesso à rede de saúde, com um conjunto de direitos e deveres definidos. A informação relacionada no cartão vai conter a história clínica da pessoa, com acesso restrito a ela e ao médico de família. Será o início de um grande choque de gestão no sistema”.

E segue, ainda sobre a saúde: “É necessária uma política de remuneração dos provedores e unidades de saúde, associada ao desempenho e à qualidade do serviço prestado, aplicável aos estabelecimentos públicos e privados”

O programa abraça também a educação, e afirma centrar-se em linhas como: “Prioridade para o ensino fundamental e médio, foco na qualidade do aprendizado e na sala de aula, maior presença do Governo Federal no ensino básico”, entre outras.

O texto do PMDB se concentra, por fim, no que ele chama de “A Regeneração do Estado”. O partido diz que vai apoiar a continuidade das ações da Operação Lava Jato e que “um Brasil ético pede ainda que um novo governo reforce o papel institucional da Controladoria Geral da União, órgão fundamental para investigar e coibir os casos de corrupção no Estado; Assegure recursos para o bom desenvolvimento dos trabalhos da Polícia Federal e da Receita Federal, órgãos fundamentais no combate ao crime”.

Revista Veja

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