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Depois de ter prestado depoimento por quase quatro horas no último dia 4 no processo que o envolve no escândalo do petrolão, o ex-presidente Lula fez praticamente um comício para a militância, desqualificou as autoridades e desafiou os investigadores da Lava Jato com o novo bordão: “a jararaca está viva”. Como tem feito desde que ascendeu à Presidência da República, ironiza o que considera privilégios das elites e ataca meios de comunicação. Mas como prova de que o discurso do petista nem sempre tem consistência com a realidade, o petista reclamou diretamente para o empreiteiro Leo Pinheiro, da construtora OAS, sobre a suposta simplicidade do imóvel e comparou o apartamento de luxo a uma unidade habitacional do programa popular Minha Casa Minha Vida.

Conforme revelou VEJA, o refúgio da família Lula da Silva no Guarujá é um tríplex de 297 metros quadrados, três quartos, suíte, cinco banheiros, dependência de empregada, sala de estar, sala de TV e área de festas com sauna e piscina na cobertura. Segundo as investigações da Lava Jato, por ordem de Lula, o imóvel foi amplamente reformado, com a instalação de um elevador privativo, porcelanato e acabamento de gesso refeitos, planta interna modificada e tudo bancado pela OAS.

Na versão apresentada pelo petista à Polícia Federal, a configuração inicial do tríplex não era o suficiente para abrigar a esposa e os filhos. A reclamação sobre as instalações foi direcionada ao amigo Leo Pinheiro. “Quando eu fui a primeira vez, eu disse ao Leo que o prédio era inadequado porque além de ser pequeno, um tríplex de 215 metros é um tríplex ‘Minha Casa, Minha Vida’, era pequeno”, relatou o ex-presidente.

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