Erinaldo Matias morreu em novembro de 2011 na região norte do estado.
Morte foi associada à acidente automobilístico; família fala em tiros.

Lílian Marques Do G1 BA

Corpo do piloto Pernambucano foi exumado em Salvador, Bahia (Foto: Lílian Marques/ G1)Corpo do piloto Pernambucano foi exumado na manhã desta terça-feira (5), em Salvador. (Foto: Lílian Marques/ G1)

O corpo do piloto pernambucano Erinaldo Matias de Carvalho foi exumado na manhã desta terça-feira (5), no cemitério Jardim da Saudade, em Salvador, a pedido do promotor de Justiça Pedro Costa Safira, da comarca do Ministério Público da Bahia (MP-BA), em Jacobina, no norte baiano. O promotor Cássio Melo, que é da capital, acompanhou o procedimento no local.

Segundo inquérito policial, o piloto conhecido como “Pernambuco” morreu em um acidente ocorrido após um “racha” na BA-131, no dia 20 de novembro de 2011. Ele estava no local para participar de uma prova na modalidade Super Turismo, na qual corria, de acordo com familiares, há mais de 20 anos.

Corpo de Pernambuco estava enterrado no cemitério Jardim da Saudade, em Salvador, Bahia (Foto: Lílian Marques/ G1)Corpo estava enterrado no cemitério Jardim da
Saudade. (Foto: Lílian Marques/ G1)

Em entrevista ao G1, o promotor Pedro Safira disse que o MP-BA entrou no caso após a família solicitar apuração da morte do piloto por desconfiar que ele não foi vítima de um acidente, e sim, de um homicídio.

“Foi feita uma investigação da Polícia Civil dizendo que ele [piloto] tinha sido vítima de um acidente. Ele estava supostamente fazendo uma corrida e houve um acidente, mas a família, os irmãos levantaram a hipótese de assassinato, que poderia ter sido por disparo de arma de fogo. Pedi reconstituição do acidente, que foi feita em outubro, mas não chegamos a nada conclusivo. Só vamos chegar a alguma conclusão depois do resultado [da exumação]”, afirmou o promotor.

A irmã de “Pernambuco”, Geralda Matias de Carvalho, foi quem entrou com a ação junto ao Ministério Público. “As dúvidas [do que aconteceu com o piloto] levaram à exumação do corpo. Eu vi que ele tinha um curativo no peito esquerdo e um na nuca, mas no resultado da necropsia tinha que ele morreu por causa de um traumatismo craniano e hemorragia”, disse.

O advogado da família do piloto, Diógenes Valois, afirmou ao G1 que, para a família, os indícios que Pernambuco não foi vítima de um acidente são muito fortes. “A família tem uma forte suspeita de que ele foi vítima de um homicídio”, completou.

Piloto Pernambuco foi enterrado com um macacão usado nas provas de corrida, na Bahia (Foto: Lílian Marques/ G1)Piloto Pernambuco foi enterrado com um macacão usado nas provas de corrida. (Foto: Lílian Marques/ G1)

Segundo o médico legista Paulo Peixoto, que coordenou a equipe do Departamento de Polícia Técnica (DPT) que fez a exumação do corpo nesta manhã, disse que o resultado da nova perícia deve sair em 15 dias. O corpo, vestido em um macacão que era usadao por “Pernambuco” nas corridas, foi levado ainda no caixão, junto com o capacete que foi enterrado com o piloto, para o Instituto Médico Legal (IML) de Salvador. Depois da perícia, a ossada do piloto será levada novamente para a cova onde estava, no cemitério Jardim da Saudade.

Segundo a família, “Pernambuco” não sofria nehum tipo de ameaça que tenha levado ao conhecimento dos parentes, nem tinha inimigos. Ele morreu aos 46 anos. Era divorciado há 12 anos e deixou uma filha adolescente de 16 anos. Erinaldo Matias morava na Bahia há mais de 30 anos.

Irmãos do piloto, geralda e Neto, acompanharam a exumação ao lado de outros familiares, advogado e um promotor público, na Bahia (Foto: Lílian Marques/ G1)Irmãos do piloto, Geralda (de preto) e Neto
(de verde), acompanharam a exumação com outros
familiares. (Foto: Lílian Marques/ G1)

A família do piloto afirma que houve violação do local do acidente. “Tiraram o corpo e o carro do local antes da polícia chegar”, afirmou Geralda Matias.

O G1 teve acesso ao inquérito policial, resultado da investigação do caso, que aponta três pessoas como réus. Duas delas, um integrante da Federação de Automobilismo da Bahia (FAB) e o dono do guincho que retirou o carro da rodovia, por terem violado o local do acidente. A outra pessoa citada no inquérito, indiciada por homicídio culposo (quando não há a intenção de matar), é o piloto que teria participado do suposto racha que provocou o acidente.

Carro do piloto Pernambuco após acidente na Bahia (Foto: Lílian Marques/ G1)Carro do piloto Pernambuco após acidente na BA
(Foto:Arquivo pessoal)

Acidente
O piloto Pernambuco morreu em um acidente no dia 20 de novembro de 2011 após o carro que estava capotar e cair em uma ribanceira. Segundo a polícia, o acidente ocorreu no km-12 da BA-131, trecho entre as cidades baianas de Miguel Calmon e Jacobina. O inquérito policial concluiu que o acidente ocorreu após um racha entre Pernambuco e outro piloto. Os dois iam participar de uma corrida na região no dia do acidente.

Na ocasião do acidente, a Federação de Automobilismo da Bahia (FAB), informou que cerca de duas horas antes da tomada de tempo para a prova, Pernambuco retirou o carro dele da cegonha que transportava os automóveis que participariam da corrida e seguiu para a rodovia onde o acidente ocorreu.

O piloto chegou a ser socorrido, mas já chegou sem vida a um hospital da cidade de Jacobina. Por conta do acidente, a 7ª etapa do Campeonato Baiano de Velocidade na Terra foi cancelada. No dia do acidente, em nota, a Federação lamentou o ocorrido e informou que “Pernambuco foi um dos principais responsáveis pela consolidação do trabalho da Federação de Automobilismo da Bahia”.

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