A  direção do PT na Bahia promoveu o encontro, na manhã de ontem(13), no Hotel Fiesta em Salvador, dos candidatos a  prefeito e vice-prefeito do partido com algumas lideranças para discutir  o alinhamento do discurso e dar subsídio para os postulantes  enfrentarem seus adversários diante do desgaste do partido no estado.

O presidente do PT na Bahia, Jonas Paulo, reconhece a existência do que  define como um “cerco da direita e da mídia que tenta impedir o  crescimento do projeto petista no estado”. Neste sentido, os  parlamentares e dirigentes partidários dedicaram suas falas às  realizações dos governos Jaques Wagner, Dilma Rousseff e Luís Inácio  Lula da Silva.

O secretário nacional do partido, Paulo Frateschi, fez uma avaliação de  cenário diferente, no qual a relação entre PT e sociedade não está  estremecida. De acordo com ele, o momento do PT é fantástico. “Nós  tínhamos o objetivo de apresentar candidato na maioria das cidades onde  tivéssemos condições de disputar com força”.

Frateschi revelou que o PT apresentou 1.781 candidatos a prefeitos no  Brasil. 1.630 a vice e quase 40 mil postulantes a vereador. “Nós  definimos como sendo necessário vencer a eleição em 118 cidades com mais  de 150 mil eleitores. Dentre estas estão São Paulo, Belo Horizonte,  Salvador, Florianópolis e Recife”.

Cenário

Nos gráficos apresentados pelo secretário de Relações Institucionais,  Cézar Lisboa, pode ser visto que o PT é o partido com o maior número de  candidaturas no estado. Confirmadas, são 205 para prefeito e 140 vice. O  PSD que ocupa o segundo lugar tem 138 postulantes no estado.

Entre os opositores, DEM tem 27 candidatos a prefeito, enquanto o PSDB  apresentou 24. O PMDB disputa o pleito na cabeça da chapa em 114 cidades  baianas. Jonas Paulo destacou ainda o acordo firmado com Lúcio Vieira  Lima, presidente do PMDB baiano, em 55 municípios.

“Nós seremos apoiados pelo PMDB em 31 cidades e vamos apoiá-los em 24.  Destas 31 o acordo será decisivo em 25 ou 26, enquanto nas 24 que damos o  apoio, a aliança deve eleger entre 17 e 19 prefeitos. Isto quer dizer  que existe uma base histórica do PT e do PMDB que foi formada na disputa  com os Carlistas que não será modificada com uma canetada minha ou da  direção do PMDB”, analisou.

Coube ao presidente estadual apresentar os números das parcerias com  outros partidos no estado. O PT vai apoiar 32 candidatos do PSD, 30 do  PDT, 28 do PP, 24 do PMDB, 22 do PSB e 14 do PCdoB. No caminho inverso,  dos partidos que apóiam candidaturas petistas, os comunistas encabeçam a  lista. Em 104 cidades, o PCdoB marchará com o PT, o PSB em 97, o PSD em  80, o PDT em 70 e o PP em 57.

O quadro é fruto dos meses de negociação do conselho político dos  presidentes de partidos aliados ao governador Jaques Wagner. “Esta  eleição orienta e define a de 2014. Estamos disputando de uma forma ou  outra a prefeitura em 414 municípios e é fundamental nos concentrarmos  para reafirmar o nosso projeto”.

Baixa estima

Na mesa do evento sentaram-se deputados federais, estaduais,  secretários de estado, o senador Walter Pinheiro e dirigentes  partidários. Para se ter uma idéia, dos cinco nomes cotados para a  sucessão de Jaques Wagner, apenas José Sergio Gabrielli (Planejamento)  não marcou presença.

Rui Costa (Casa Civil), Moema Gramacho (prefeita de Lauro de Freitas),  Luiz Caetano (de Camaçari) e o senador Pinheiro utilizaram seus  discursos para levantar a moral dos candidatos ali presentes. As obras  realizadas ou projetadas, os benefícios trabalhistas e ganhos salariais  obtidos nos governos Lula e Wagner foram listados para servir de  argumento para os postulantes.

Uma das mais efusivas foi a prefeita Moema. Como em um comício  político, a gestora tratou de afastar o marasmo e aos brados levantou a  bola dos candidatos. “Precisamos fazer a campanha com caminhadas, indo  de casa em casa para deixar claro qual o nosso projeto e a diferença  dele para os outros”.

Desgaste

A relação do governo petista com os movimentos sociais está desgastada.  Após as greves de servidores públicos estaduais e federais é inegável  que o diálogo entre partido político e os sindicatos e associações de  trabalhadores está estremecido. Contudo, entre os dirigentes há uma  concepção de que a porta para qualquer organização social deve continuar  aberta, ser aberta.

“O movimento social trabalhista é a nossa mãe e o nosso pai. Nós (PT)  viemos dele e somos fruto dele”, declarou o secretário Fratechi. Para  Zezeu Ribeiro, a hora é de preservar a relação e estreitar para não  perder o contato com aquilo que forjou o partido.

Luiz Caetano foi além e disse que ele acredita que o governador Wagner  deveria ir para a televisão pedir desculpas e entrar de vez na campanha.  “Lula, Dilma e Wagner são os principais lideres deste processo e  precisam estar na linha de frente. Não dá para aceitar nenhum  afastamento neste instante. Nós precisamos deles.”

(Texto e Fotos: Bocão News)

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