Seis dos oito funcionários fantasmas do gabinete do deputado estadual Roberto Carlos (PDT) confessaram o envolvimento com o parlamentar, segundo informações da Polícia Federal (PF) em coletiva de imprensa na tarde desta terça-feira (3). Eles foram ouvidos nesta manhã e não terão seus nomes divulgados para não atrapalhar a investigação. O deputado Roberto Carlos será ouvido pela PF nos próximos dias.
Cada um destes servidores recebia salários entre R$ 3 mil e R$ 8 mil, sendo que parte do valor era depositado nas contas do deputado, da sua esposa e de um filho. Uma das funcionárias trabalhava na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), mas aparece lotada como funcionária do Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC), no município de Juazeiro, a cerca de 514 km de Salvador.
A investigação teve início após o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) perceber algumas movimentações finaceiras atípicas nas contas do deputado e sua família. A suspeita foi encaminhada à Polícia Federal e aos Ministérios Públicos Estadual e Federal.
A operação “Detalhes” teve início na Assembleia Legislativa nesta manhã. Por volta das 10h, eles deixaram o prédio com alguns malotes e documentos, que devem ser submetidas a perícia. Os policiais se recusaram a falar com a imprensa.
Em Juazeiro, durante a madrugada, a polícia revistou as três residências do deputado, apreendeu documentos no SAC e deteve, para prestar depoimentos, a assessora do parlamentar e outras oito pessoas que não tiveram os nomes divulgados pela polícia.
A operação “Detalhes” acontece em Salvador, Juazeiro, Uauá e Petrolina (PE). Ao todo, 60 policiais federais cumprem 12 mandados de busca e apreensão, no departamento de Recursos Humanos da Assembleia, no gabinete e na residência do deputado, além do SAC de Juazeiro.
Roberto Carlos, que é presidente do clube de futebol Juazeirense, está sendo investigado por sonegação fiscal, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e peculato – uso irregular do dinheiro público. A expectativa é que sejam recolhidos documentos do gabinete e do RH da Assembleia. A imprensa não teve acesso às instalações da Assembleia, mas, segundo policiais militares que estavam no local, a operação começou por volta das 5h.